Dada a importância do Relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), voltamos à sua análise:
- Lê-se na página 16 do Relatório, o seguinte: "A governação em saúde pode ser vista na sua dimensão macro, isto é, a nível sistémico, mas também ao nível micro, isto é ao nível das organizações que prestam cuidados de saúde, nomeadamente os centros de saúde e os hospitais". Reflexão nossa: tem havido um grande enfoque por parte dos sucessivos responsáveis da saúde, nos aspectos globais do sistema (esperança média de vida, taxa de mortalidade infantil, e entre outros, custos globais do SNS); tem sido quase inexistente a avaliação de cada organização, e ainda mais em profundidade, de cada serviço / produto. É uma falha que deve ser corrigida rápidamente, ou o sistema global é ingerível.
- Lê-se mais à frente: "A governação clínica é um sistema para melhorar os padrões do funcionamento dos serviços clínicos e da própria prática clínica, que se baseia numa série de processos (prática baseada na evidência, monitorização clínica, auditoria, gestão do risco, envolvimento dos doentes), para melhorar a qualidade e assegurar que os profissionais prestam contas e se responsabilizam pelos actos da sua prática clínica". Reflexão nossa: falta de facto auditoria aos serviços de saúde em Portugal (tempo médio de atendimento dos doentes, custos por serviço / produto, e entre outros, grau de satisfação dos doentes); falta de facto alguém que exija "prestação de contas", ......pelo menos na vertente estatal da saúde.
- Para terminar, lê-se ainda, "Em Portugal, a vertente de governação clínica é um conceito ainda escassamente integrado nas organizações e nas profissões prestadoras e torna-se importante para o desenvolvimento do sistema de saúde português". Reflexão nossa: ainda bem que as entidades que suportam o OPSS, que são sobretudo Universidades e Centros de Investigação, verificam algo que o poder estatal se recusa a ver, governo após governo: falta gestão na saúde.