Wednesday, April 30, 2008

Cancro da mama

A esperança média de vida aumenta. A qualidade de vida das pessoas aumenta. Contudo, os problemas e os desafios na saúde permanecem. O cancro continua a ser o último dos desafios, ainda que através de uma maior prevenção se consiga já hoje debelar alguns tipos de cancros e sobretudo aumentar a esperança de vida após uma primeira detecção de cancro.

A situação não deixa, entretanto, de ser complexa:
  • Segundo o relatório Global Cancer Facts & Figures, foram diagnosticados 1,3 milhões de novos casos da doença em 2007. O cancro acabou por ser fatal para 464 854 mulheres. Em Portugal, não há dados consistentes, mas Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, calcula que haja "4000 novos casos por ano e 1700 mortes anuais.

Um comentário lateral: não conseguimos compreender que em Portugal "não há dados consistentes", é que no fundo a população portuguesa tem a dimensão de muitas cidades médias.

Mas, vejamos outros detalhes:

  • Jorge Espírito Santo refere que a doença afecta cada vez mais portuguesas, tendo "aumentado cerca de 20% em apenas dez anos", uma percentagem que Vítor Veloso corrobora. "Há muitas razões para isso, como o envelhecimento, a entrada em menopausa, o consumo de tabaco e até os elevados níveis de estrogénios relacionados com a toma da pílula. Hoje, sabe-se que 30% a 40% das mulheres a tomam", sublinha Jorge Espírito Santo.
  • A alimentação, sedentarismo, consumo de álcool ou o excesso de peso são outros factores de risco. E são estes, os que se enquadram nos estilos de vida, que Vítor Veloso considera responsáveis por "70% dos cancros da mama. O papel da história familiar ou da hereditariedade é muito reduzido", assegura. "As mulheres têm uma responsabilidade muito grande devido aos seus hábitos", frisa. Estes factores estão também na origem do aparecimento da doença em mulheres cada vez mais jovens. No entanto, a detecção precoce dos carcinomas também justifica o facto, diz Jorge Espírito Santo, acrescentando que o diagnóstico é mais comum entre os 40 e os 60.

Seria bom que as pessoas actuassem mais através da prevenção, quer quanto aos estilos de vida, quer quanto ao exercício da detecção da doença.

Tuesday, April 29, 2008

Mais médicos em Espanha? Não.

Em Portugal, estão a reformar-se médicos a mais. Em Portugal, não se estão a formar médicos suficientes. Em Portugal, muitos jovens vão para Espanha e República Checa, para tentarem ser médicos.

Em Espanha, os médicos pedem para que o Estado e as Regiões autonómicas Espanholas não abram mais Faculdades de Medicina. Vejamos:
  • Los estudiantes de la Facultad de Medicina de la Universidad de Zaragoza se unirán hoy a la protesta nacional contra la creación de más centros docentes para facultativos.

  • En el manifiesto que hoy leerán denuncian que el "indiscriminado" aumento de alumnos y la creación de hasta quince nuevas facultades, una propuesta realizada por diversas comunidades autónomas, traerá sólo "subempleo, el paro médico y el deterioro de la asistencia al ciudadano".

É difícil lidar com determinadas classes profissionais. Porque será que os médicos têm tanto medo do desemprego? Outras classes profissionais é que vão sofrendo na pele, o desemprego!

Monday, April 28, 2008

Estrangulamentos previsíveis

O planeamento na actividade das organizações tem sido desleixado dado que se assume que num mundo em constante mutação é superfluo tentar planear e perspectivar o futuro. Não. Mesmo numa constante mudança, deve-se tentar prever o futuro e até mesmo antecipá-lo.

Vê-se neste caso que não houve planificação por parte do Ministério da Saúde quando decidiu encerrar serviços de saúde na margem Sul do Tejo:
  • A necessidade de ser construída uma nova unidade na margem Sul do Tejo intensificou-se em 2007, depois do fecho total ou parcial de Serviços de Atendimento Permanente (SAP). "Há um excesso de pessoas no serviço de urgência do Garcia de Orta", salienta Jorge Fernandes, do secretariado das comissões de utentes da saúde do concelho de Almada. "A situação é caótica, porque a partir das 20 horas, o único recurso é o Garcia de Orta", avança.

Fechar serviços é tarefa fácil. Contudo, entopem-se as alternativas que funcionam. É a teoria dos vasos comunicantes.

Agora, só resta tentar agilizar novas soluções. Contudo, até que venham a existir novas soluções, os cidadãos vão sofrer muito:

  • "Cada dia que passa a situação agrava-se", conta o autarca, lembrando que o Hospital do Seixal foi definido em 2006 como a terceira prioridade a nível nacional. Alfredo Monteiro recorda igualmente que o Garcia de Orta "tem três vezes mais população do que o previsto e é o hospital com maior ocupação em Portugal em todas as áreas".
  • "Foi constituído um grupo técnico, encarregue de aprofundar a definição do perfil assistencial e o dimensionamento da nova unidade hospitalar, o que está a decorrer", avançou ao JN a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT).

As populações da margem Sul do Tejo ainda vão ter muito que esperar.

Sunday, April 27, 2008

Vem aí a época balnear



Fonte: aqui.

A Depuralina está no mercado desde Janeiro e conquistou 130 mil consumidores. Graça Raimundo, presidente da Associação Portuguesa de Dietistas, justifica a procura crescente deste tipo de produtos com a tendência dos portugueses "para acreditar em milagres e, nomeadamente, no emagrecimento rápido".

Friday, April 25, 2008

Hospital Pediátrico de Coimbra em perigo?

Ontem foi notícia, o encerramento do Tribunal da Feira, atendendo ao seu estado de decadência e eventual ruína. Hoje, lemos com alguma incredulidade notícias sobre o futuro Hospital Pediátrico de Coimbra:

  • A Administração Regional de Saúde do Centro (ARS) pediu uma auditoria ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) às obras do novo Hospital Pediátrico de Coimbra, após confirmar diversas irregularidades na construção.
  • "Informações facultadas à ARS por um fiscal incumbido de acompanhar as obras das futuras instalações do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) são demolidoras". O fiscal encontrou na construção "argamassa de que nem o fornecedor dá garantias face à utilização", além de "betonagem feita num dia e descofragem lateral executada no dia seguinte, tijolos de qualidade inferior e aplicados por molhar, uso de pré-aros de portas em madeira alegadamente atingida pelo fogo e supressão de trabalhos com pagamento ao empreiteiro de metade do valor dos mesmos".
  • O novo HPC, cuja conclusão chegou a ser programada para o fim de 2007, deverá acolher 220 camas.

Será que para além de hospitais anquilosados e com evidente descuido na sua manutenção, vamos ver hospitais novos com problemas congénitos graves?

Thursday, April 24, 2008

Cardiac home monitoring

Fonte: aqui.

Philos® II with Active Capture Control provides reliable beat-to-beat pacing, automatically adjusting the amplitude to the patient’s physiologic condition. A state-of-the-art pacemaker with wideband IEGM recordings and BIOTRONIK Home Monitoring® Service for efficient therapy management.

IPO - Lisboa: Conta de Resultados 2007

Por muito que se diga, a linguagem quantitativa é mais objectiva e clara que a mera linguagem das palavras. Olhemos para aquilo que o Instituto Português de Oncologia de Lisboa reportou oficialmente como resultados de 2007.

Destacamos o seguinte:
  • Os Resultados Líquidos do IPOLFG, EPE no exercício de 2007 foram de 389.484,96 €.
  • As Imobilizações Corpóreas aumentaram em 2007 em cerca de 2 milhões de euros.
  • As Dívidas de Terceiros de curto-prazo aumentaram mais de 5 milhões de euros em 2007, face a 2006.
  • Os Depósitos Bancários situaram-se em cerca de 50 milhões de euros.
  • As Dívidas a Terceiros aumentaram em mais de 5 milhões de euros em 2007, face a 2006.
  • As Prestações de Serviços aumentaram cerca de 10 milhões de euros face a 2006.
  • Os Proveitos Financeiros e Extraordinários somaram mais de 6 milhões de euros.
  • Os Juros Obtidos em 2007 foram de 1,7 milhões de euros.

Comentários nossos:

  1. O IPOLFG registou um aumento saudável de prestações de serviços.
  2. Continuamos a não entender que uma Instituição como o IPOLFG pague impostos ao Estado (no valor de 1,1 milhões de euros).
  3. Não entendemos definitivamente que um hospital detenha em Balanço uma verba de 50 milhões de euros na rúbrica de Depósitos à Ordem.
  4. Não entendemos também que uma Instituição de prestação de cuidados de saúde obtenha 1,7 milhões de euros em Juros de depósitos. Estranho. Muito estranho.
  5. Qualquer entidade não-financeira que detenha um valor tão elevado nas rúbricas de resultados financeiros e extraordinários, só denota muitas dúvidas e alguma desconfiança.

Voltaremos a comentar as Contas de Resultados deste e de outros hospitais EPE.

Wednesday, April 23, 2008

Será que para ver é necessário ir a Cuba?

A Cuba de Fidel de Castro é um Regime pouco admirável, por várias razões, das quais se destaca a falta de liberdade dos seus cidadãos. Contudo, parece que "El Comandante" criou boas bases de educação e de saúde, sobretudo tendo em conta os seus fracos recursos económicos. Parece que Cuba é agora destino dos portugueses que necessitam de uma cirurgia aos olhos.

Para além daqueles exemplos que vêm aparecendo na comunicação social, mais um se lhe junta:
  • São cerca de 30 mil euros que a Câmara de Santarém está disposta a pagar aos Serviços Médicos Cubanos, por intervenções cirúrgicas a doentes oftalmológicos do concelho. O protocolo estabelecido ontem, entre o município e uma representante do Governo cubano, destina-se somente a idosos e munícipes carenciados do concelho.

O Bastonário da Ordem dos Médicos não gosta da decisão da Câmara de Santarém:

  • Porém, em declarações ao JN, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, não só questionou os efeitos e os métodos clínicos que serão usados pelos congéneres cubanos, como classificou a decisão escalabitana de "bizarra e miserável".
  • "Acho bizarro que uma Câmara gaste o dinheiro do erário público desta forma, porque os doentes não devem ser usados como armas da máquina eleitoral autárquica e pela força de propaganda", disse Pedro Nunes, da OM. "Portugal não está num estado catastrófico para que se tenha de recorrer a Cuba. Pelo menos que o fizessem com países da União Europeia", acrescentou.

Portugal ainda não está num estado catastrófico, mas pode caminhar para lá, se entretanto o rumo das coisas não se inverter.

Tuesday, April 22, 2008

Hospital dos Lusíadas

A saúde tornou-se apetecível. O investimento em saúde disparou. Só há uma coisa que nos deixa na dúvida: será que os grandes operadores de saúde realizam grandes lucros? Temos dúvidas.

O Grupo Caixa Geral de Depósitos abriu, através da sua participada HPP, o seu maior hospital: O Hospital dos Lusíadas já está a funcionar a meio-gás (apenas com ortopedia) desde meados de Fevereiro, mas a inauguração, com todos os serviços a 100%, será a 19 de Maio.

Vejamos alguns números sobre a nova unidade de saúde:
  • A HPP – Hospitais Privados de Portugal vai inaugurar o Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, a 19 de Maio, depois de um investimento que ascendeu a 85 milhões de euros e que a administração da empresa do grupo Caixa Geral de Depósitos espera rentabilizar em seis a oito anos.
  • A nova unidade da HPP (controlada a 75% pela Caixa Seguros e a 25% pela USP Hospitales) tem capacidade para fazer 20 mil cirurgias por ano, tendo um perfil assistencial generalista: o hospital terá obstetrícia, ginecologia e pediatria, área cardiovascular, oncologia, ortopedia e traumatologia, oftalmologia e serviço de urgências.
  • António Maldonado Gonelha lembrou ainda que os dois principais investimentos recentes da HPP, Lusíadas e Hospital da Boavista, representam um investimento conjunto de 150 milhões de euros, que elevará a oferta do grupo de 230 para 610 camas.
  • Esta unidade contará com 220 médicos e 94 enfermeiros, recrutados maioritariamente no sector público. A HPP espera para este hospital uma facturação de 100 milhões de euros anuais, algo que deverá ser atingido daqui a seis anos.

Boa sorte, para mais este investimento em saúde.

Herbalife: será um suplemento?

Fonte: aqui.

A saúde pública será um tema cada vez mais complexo, quer porque a origem dos problemas de saúde têm cada vez causas mais diversas, quer porque as pessoas se preocupam mais com tudo o que tem impactos na sua qualidade de vida.

Há umas semanas, a Depuralina foi um tema muito mediatizado, após terem sido detectados em Portugal, alguns casos que podem reflectir efeitos adversos a quem tomou o produto. Agora, em Espanha, a situação de reacções adversas na consequência da ingestão do produto dá-se com o Herbalife. Vejamos aqui:
  • Em Espanha, as autoridades sanitárias desaconselharam o consumo (de Herbalife) na sequência de nove casos de toxicidade hepática que se suspeita estarem associados a estes suplementos.
  • Portugal não tem registo de qualquer reacção adversa provocada pelos produtos Herbalife, apurou o JN junto da subdirectora-geral da Saúde.
  • O Ministério da Saúde de Espanha aguarda os resultados de mais análises para decidir se é necessário encetar outras medidas, além da recomendação de precaução aos consumidores. Em comunicado, refere que há registo de pelo menos nove casos de suspeita de reacções adversas aos produtos da marca Herbalife, ocorridos entre 2003 e 2007.

Não temos nada contra a comercialização de produtos que satisfaçam as pessoas. Contudo, parece-nos que produtos como a Depuralina ou o Herbalife deveriam ser considerados como algo mais do que suplementos alimentares. É que a venda de alimentos também deve ser controlada, embora deva carecer de um controlo de eficiência menor do que produtos similares a medicamentos.

A discussão sobre aquilo que comemos e bebemos vai aumentar inexoravelmente no futuro, atendendo aos impactos que a pouco e pouco vamos detectando. A discussão sobre a anorexia e a obesidade só agora está a começar, e neste ambito é importante avaliar se os consumidores são ou não informados sobre os efeitos que muitos alimentos têm nas suas vidas.

Voltaremos a este assunto, mais dia menos dia!

Monday, April 21, 2008

Falta de Médicos: a situação já se antevia

Há mais de dez anos que se vem falando e escrevendo que há falta de médicos, sobretudo se for levado em conta que há a previsibilidade de muitos médicos se virem a reformar na próxima década. Pouco se fez, para além da abertura de duas pequenas faculdades de medicina (Beira Interior e Minho).

Mais, o mercado acabou por procurar alternativas, quer através da "importação" de médicos estrangeiros (de Espanha, América Latina e do Leste da Europa), quer através da busca de cursos realizados em Espanha e República Checa.

O Ministério do Ensino Superior pouco fez. O Ministério da Saúde nada fez. Agora, o problema está à vista de todos, mas pouco se continua a fazer:
  • "Temos sete médicos por equipa de urgência para fazer seis mil partos por ano", avançou ao DN Jorge Branco, presidente do Conselho de Administração da Maternidade Alfredo da Costa (MAC).
  • Jorge Branco reconhece o aumento da carência de médicos para as urgências, numa maternidade "que faz praticamente cem consultas por dia". A difícil gestão das equipas ainda "não teve repercussão até agora no desenvolvimento do trabalho, porque os médicos têm aceitado fazer horas extraordinárias", reconhece.
  • Uma das consequências para os médicos da MAC é semelhante à traçada por outros hospitais citados no texto em cima. Os turnos avolumam-se e o tempo de trabalho vai expandindo. A dimensão dos turnos? "São de 24 horas. Não temos pessoas suficientes para fazer turnos de doze como antes. Isso seria a situação desejável, mas não é possível", lamenta Jorge Branco.
  • Muitos médicos atingiram a idade de aposentação ou deixam de fazer urgências. Aos 50 anos, um médico pode deixar de fazer urgência nocturna e, aos 55, fica oficialmente dispensado de fazer urgência. "Muitos dos nossos médicos atingiram a idade de aposentação. Este ano já perdemos um chefe de equipa e calculo que vão sair mais quatro pessoas. E é preciso lembrar que todos estes médicos levam consigo uma grande experiência", acrescenta.
  • A saída para os privados, já muito referida, também levou alguns profissionais da maternidade lisboeta. "Os internos recém--formados e que acabaram há um mês, eram quatro: dois saíram e dois apenas ficaram a tempo parcial." Estes médicos optaram por trabalhar no sector privado, tal como outros médicos desta instituição.

Notas nossas: 1) Não gostamos de ser observados por médicos com mais de 12 horas seguidas de trabalho desenvolvido; 2) Será que o Ministério da Saúde ainda não percebeu que a atractividade do trabalho médico é pequena no sector público da saúde (pelo menos para os médicos mais ambiciosos)?

Friday, April 18, 2008

A formação em medicina em Portugal

Há já muitos anos que se fala na falta de médicos em Portugal. Há já alguns anos que se sabe que existem alunos portugueses a estudar medicina na República Checa e em Espanha. Finalmente, parece que o poder político em Portugal acordou para o problema:
  • O ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, garantiu ontem que o número de vagas em medicina vai aumentar.

Mas, este "acordar" parece que tem obstáculos vários:

  • O anúncio do ministro do Ensino Superior surgiu depois de Manuel Sobrinho Simões, professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e um dos oradores da conferência, ter indicado que "não há capacidade" para as escolas portuguesas de medicina receberem mais alunos. "Atingiu-se o número máximo. Não conseguimos aguentar mais médicos nas faculdades de medicina clássicas", acrescentou.

Como? Não há cá instalações suficientes? Então, construam-se novas Universidades. Nós não temos petróleo ou ouro, que se saiba, mas ainda temos terrenos para construção e pessoas para estudar, porque é que se tem que optar por esta solução:

  • Sobre a possibilidade de o Governo português estabelecer acordos com escolas estrangeiras, Manuel Sobrinho Simões afirmou conceber a possibilidade de se estabelecer parcerias "com universidades espanholas de qualidade comprovada", rumo à formação em medicina de alunos portugueses.

Ás vezes parece que os portugueses estão demasiado adormecidos!

Mayo Clinic real-time 3-D

Fonte: aqui.

Mayo Clinic physicians have adapted real-time 3-D ultrasound imaging devices -- including one designed to look at an infant’s heart -- so that they can watch as they use a needle filled with anesthetic to numb individual nerves located inches under the skin. In this way, they can quickly block nerve function in selected areas of the body prior to surgery, an advance that may spare patients from use of general anesthesia and sends them home faster and with less need for pain medication.

Simplex na saúde

Para nós a "idéia" do "simplex" está ainda muito longe de se realizar. Isto é, há ainda um vastíssimo campo de actuação na modernização e desburocratização das organizações de saúde. Se nos lembrarmos dos carimbos, vinhetas, papeletas e afins, verificamos logo que o "simplex" ainda está no papel......

Mas, importa verificar que se vai realizano alguma coisa. Vejamos esta iniciativa louvável:
  • Foi inaugurado ontem, na Unidade de Saúde de S. Julião, o primeiro portal do país “Região de Saúde Digital”, que permite aos utentes a marcação de consultas ou o acesso a resultados de exames médicos via Internet.
  • “Região de Saúde Digital”, é um projecto desenvolvido pela empresa PT Prime, «que vai permitir a integração dos sistemas de informação nos cuidados de saúde primários diferenciados, simplificando o acesso dos cidadãos da Figueira da Foz aos serviços de saúde» explicou José Luís Biscaia, responsável pela Unidade de Saúde Familiar (USF) de São Julião.
  • Esta primeira fase consta da informatização total da Unidade de Saúde Familiar de São Julião e do Hospital Distrital da Figueira da Foz mas, brevemente, todas as unidades de saúde do concelho vão ficar ligadas por rede.
  • Numa segunda fase o projecto prevê que a marcação de exames, receitados a um determinado paciente por um médico, possa ser debitada a um laboratório que venha a integrar a rede informática. O programa informático possibilita ainda a gestão da sala de espera do centro de saúde, podendo chamar os doentes para a consulta.

Parabéns a quem está a implementar esta nova realidade. A melhoria dos serviços de saúde passa por novas ferramentas, novos instrumentos e por uma relação mais amigável com os doentes.

Wednesday, April 16, 2008

A Unidade de Missão em turbulência

Os cuidados primários têm sido uma prioridade do Ministério da Saúde, nos tempos de Correia de Campos e também de Ana Jorge.

Abriram-se novas Unidades de Saúde Familiar (pomposamente chamadas, para nos distrairem dos velhos Centros de Saúde), mas na essência ainda existem múltiplos Centros de Saúde pelo país fora, sedeados em prédios de habitação, sem acessibilidades para idosos ou deficientes e com falta de recursos humanos e de equipamentos vários.

Contudo, no topo da Unidade de Missão dos Cuidados Primários, luta-se pelo poder, seja lá o que isso fôr! Vejamos o que aqui se relata:
  • Oito dos doze elementos da equipa nacional da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP) foram demitidos hoje pela ministra da Saúde.
  • Isto acontece um dia depois de Ana Jorge se ter reunido com a missão que solicitou a apresentação de um plano estratégico para a criação dos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES). Uma reforma que o coordenador nacional, Luís Pisco, confessou ser “incapaz” de levar por diante.
  • Na semana passada, Luís Pisco comunicou à ministra a intenção de se demitir do cargo, depois de na véspera ter informado os seus pares de que estaria de saída por considerar que não tinha “condições”, segundo disse, “por culpa própria para ir ao encontro da implementação dos ACES”, uma reforma que o Ministério considera “prioritária”, de acordo com decorações feitas hoje ao PÚBLICO pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.
  • Perante a crise instalada na equipa de Luís Pisco, a ministra convocou ontem todos os representantes da missão a quem pediu “colaboração” e terá mesmo apelado para que tivessem em conta o que está em jogo
  • “Em menos de 24 horas, a ministra fez uma rotação de quase 180 graus, disse ao PÚBLICO um médico que integra a equipa nacional da missão e que esteve na reunião de ontem.
  • O secretário de Estado da Saúde, que não se recusou a revelar as razões que levaram a ministra demitir a equipa, assegurou que o ministério fez “tudo o que podia e não podia” para suster a crise. Pizarro deixou elogios para a equipa. “Não temos nenhuma crítica a fazer a ninguém”, declarou Manuel Pizarro, reconhecendo que “há pessoas que vai ser muito difícil substituir”.

É de facto difícil ser governado em Portugal! Quando é que seremos governados por pessoas com bom senso?

Radioterapia em Évora?

Há vários equipamentos médicos, que apesar de serem necessários a vários doentes, só justificam o seu investimento se implicarem uma avaliação cuidadosa do seu investimento.

É que os custos inerentes à saúde não podem ser ilimitados, ainda que se vá afirmando que "a saúde não tem preço"! A saúde tem custos cada vez maiores e a nossa sociedade tem que analisar diferentes cenários alternativos: 1) investir mais em prevenção? 2) investir na reabilitação das infraestrturas que já existem? 3) investir em novos equipamentos? 4) investir numa maior dispersão geográfica de serviços?

Parece-nos que este investimento deveria estar muito suportado em estudos de avaliação de investimento sólidos: A decisão de lançar um concurso público internacional para a construção de uma Unidade de Radioterapia no Hospital do Espírito Santo resulta da recente autorização dos ministérios da Saúde e das Finanças, após «diversos anúncios nunca concretizados por falta de enquadramento financeiro».

Dão-nos algumas ideias sobre o investimento:
  1. O investimento total previsto ronda os sete milhões de euros, em equipamentos (dois aceleradores lineares, TAC de simulação, sistema de planeamento computorizado, entre outros) e na adaptação do espaço físico para acolher a Unidade de Radioterapia.
  2. Por ano, devem ser tratados 900 a 1400 doentes de toda a região Alentejo, pretendendo a unidade promover a «multidisciplinaridade entre as várias especialidades, articulada com os principais centros de referência nacionais e estrangeiros».

Talvez esta Unidade de Radioterapia venha a ser útil e rentável, mas seria necessário avaliar se outros equipamentos de radioterapia que existem em Portugal estão devidamente rentabilizados.

Irracionalidades da saúde

Temos um Serviço de Saúde satisfatório? Temos. E o custo que pagamos pelo Serviço de Saúde é elevado? É elevado. Corremos o risco do Serviço de Saúde se estar a desmoronar? Corremos.

Vejamos estas notícias, que nos deixam preocupados:

Dois problemas: 1) falta de equidade na prestação de serviços de saúde é grave; 2) falta de recursos nos Serviços de Saúde.

Tuesday, April 15, 2008

A novela do Hospital Amadora - Sintra

É natural que existam divergências quando se disputam interesses comuns. Contudo, quando se estabelece um acordo de partilha de gestão, deve-se tomar todas as precauções possíveis para evitar conflitos posteriores.

Ora, a gestão do Hospital Amadora Sintra ameaça tornar-se um caso de "como não fazer", isto é, se quisermos ter um exemplo do que não devemos fazer em termos de gestão partilhada de uma organização, deveremos olhar para o caso deste hospital.

Se inicialmente percebemos que o Estado estava a aprender na parceria público-privada do Hospital Amadora-Sintra, passados que são mais de 10 anos de parceria, parece que o Estado ainda não aprendeu o suficiente. Naturalmente que esta falta de produtividade na aprendizagem pode custar caro ao Contribuinte.

Vejamos estes detalhes sobre esta novela:
  • Seis anos depois do primeiro conflito sobre os pagamentos do Estado à José de Mello Saúde, a entidade que gere o hospital Amadora-Sintra, o Estado arrisca-se a enfrentar novamente o grupo nos tribunais.
  • Em causa está um diferendo sobre o número de doentes atendidos no hospital, o critério que determina o valor das transferências financeiras – a José de Mello Saúde apresenta números maiores do que aqueles reconhecidos pelo Governo.
  • “Não é possível saber quais os valores em causa, porque vão mudando à medida que nos vamos entendendo sobre certos pontos”, diz António Branco.
  • No último tribunal arbitral, presidido por Maria de Jesus Serra Lopes, o Estado entrou a reclamar 79 milhões de euros de pagamentos indevidos e saiu a ter de pagar 43 milhões de euros.

Para nós, que somos meros Contribuintes, a situação é preocupante, pois não temos a mínima confiança em quem defende os interesses do Estado, sobretudo se tiver em conta a primeira experiência de resolução de litígio através de tribunal arbitral. Como é que alguém pede uma indemnização de 79 milhões de euros e acaba condenado a pagar 43 milhões de euros? Para além dos Contribuintes, terá havio algum Alto Funcionário do Estado condenado por negligência ou incompetência? Ou os Altos Funcionários do Estado andam sempre a aprender?

Monday, April 14, 2008

Psicologia infantil

Fonte: aqui.

Finalmente um novo hospital público

Visitamos hospitais em Lisboa, na região do Porto ou no Algarve, e lamentavelmente, todos eles demonstram características de degradação e decadência.

Finalmente, parece que o Estado (que somos todos nós) decide investir num novo hospital público:
  • Hoje "nasce" assim a primeira PPP só para construção de um novo hospital.
  • O Todos os Santos custará 200 milhões de euros e deverá estar concluído em 2013, para substituir o Centro Hospitalar de Lisboa Zona Central (que junta S. José, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Estefânia).
  • Ocupando 95 mil metros quadrados de terreno comprados à Câmara de Lisboa por 12 milhões de euros, contará com 789 camas.

Comentário nosso: Quem nos dera que os custos e a previsão de construção venham a ser confirmados na realidade.

Friday, April 11, 2008

Exemplo a seguir

A saúde não se faz só de hospitais, médicos e medicamentos. Vai mais além. Necessita de cada vez mais recursos e de instrumentos mais sofisticados.

Vejamos como se pode gerir a saúde, sem criar entropia e de forma racional:
  • Em onze meses de funcionamento, a Linha Saúde 24 terá conseguido evitar mais de 106 mil idas desnecessárias a uma urgência hospitalar.
  • Quanto às urgências evitadas, trata-se do saldo entre os utentes que no início do contacto tencionavam deslocar-se a uma urgência e acabaram por não ir e aqueles que não pensavam ir e foram - por agravamento dos sintomas durante a conversa ou por desconhecerem a gravidade do caso - por ser encaminhados para lá pelos técnicos.
  • Até porque, diz Ramiro Martins, "quem passa pela Saúde 24 tem, a garantia de que a sua situação está bem encaminhada" e "alguém que chegue a uma urgência tendo sido aconselhado e pré-triado [pela Saúde 24] é uma garantia de que vai com a prescrição adequada".

É um bom exemplo. Mas, querer ir muito mais além, pode vir a significar problemas posteriores. É que a saúde tem muito de "pessoal" ou de contacto directo entre prestador e doente.

Thursday, April 10, 2008

Fundação Champalimaud: Centro de Investigação

Fonte: aqui.

The Champalimaud Research Centre will be a multidisciplinary centre for translational research of excellence, with the best possible conditions to attract and retain the best researchers, academics and medical doctors from Portugal and abroad in the fields of neurosciences and oncology. The Champalimaud Research Centre will include laboratories for basic and clinical research, an ambulatory care centre, a vivarium, an auditorium, conference rooms and other teaching facilities and also an exhibition area.

O Centro de Investigação Champalimaud, materializa o objectivo da Fundação Champalimaud de construir um centro de investigação científica multidisciplinar translacional de referência no campo da biomedicina, que garanta as condições ideais para que investigadores e académicos nacionais e estrangeiros desenvolvam projectos de excelência com aplicação clínica (prevenção, diagnóstico e tratamento), nas áreas das neurociências e da oncologia. O Centro disporá das melhores condições e das mais modernas tecnologias para investigação biomédica, bem como das infra-estruturas necessárias ao ensino pós-graduado e a programas de mestrado e de doutoramento no campo da biomedicina.

Obesidade: a doença do Século XXI

Quando uma parte ainda significativa do mundo ainda não consegue alimentar-se convenientemente, as sociedades mais desenvolvidas esbanjam alimentos. O pior não é o efeito de desperdício e de perversidade que este contrasenso gera, é que comer demais é já uma doença epidémica, que até em termos económicos tem efeitos catastróficos.

Está a decorrer uma Conferência nos EUA, em que se avalia esta nova epidemia: Obesity Costs U.S. Companies as Much as $45 Billion a Year, The Conference Board Reports.

Impressionante. Vejamos mais detalhes sobre esta temática que nos fornece esta Conferência:
  • The rate of obesity in the United States has doubled in the last 30 years, and those extra pounds weigh on companies' bottom lines, according to a new report from The Conference Board. Today, 34 percent of American adults fit the definition of "obese." Obese employees cost U.S. private employers an estimated $45 billion annually in medical expenditures and work loss.
  • Obesity is associated with a 36-percent increase in spending on healthcare services, more than smoking or problem drinking. More than 40 percent of U.S. companies have implemented obesity-reduction programs, and 24 percent more said they plan to do so in 2008.
  • Employers need to weigh the risks of being too intrusive in managing obese employees against the risks of not managing them. There is evidence that as weight goes up, wages go down. Employers should be fully aware of any potential discrimination risk before addressing employees' weight, whether for the employee's own good or that of the company.

Por cá, o problema não será tão grande, mas já é um problema de dimensões relevantes. Seria preciso olhar para a obesidade com tanta ou maior atenção como em relação ao tabaco ou ao alcool.

Tuesday, April 08, 2008

Alert P1: um sistema informático !

O Alert P1 é um sistema informático adquirido pelo Ministério da Saúde para operacionalizar muitos hospitais do SNS. Acresce que a empresa que comercializa o Alert P1 é portuguesa e chama-se MNI.

Na avaliação e aquisição de equipamentos de valor significativo pelo sector público (que é pertença de todos os Contribuintes), é importante que os processos de aquisição sejam: transparentes, fácilmente escrutináveis e rigorosos.

O que aqui lemos é estranho:
  • O Estado gastou 7.863.450,00€, para adquirir 525 licenças da aplicação informática ALERT P1, a um preço unitário de 14.978,00€, por intermédio de ajuste directo.
  • A este valor acresce ainda o associado aos serviços de manutenção, numa despesa anual que, em 2007, se cifrou em 463.182,75€.
  • As despesas de manutenção foram firmadas em contrato autónomo, celebrado entre o Instituto de Gestão Informática e Financeira (IGIF) – entretanto substituído pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) – e a empresa MNI – Médicos na Internet, S.A., que entretanto alterou a sua designação social para Alert Life Sciences Computing, S.A.
  • Os números que agora publicamos foram obtidos somente após a formulação de queixa junto da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA), após se terem revelado inúteis todos os pedidos feitos pela nossa redacção, para que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), nos facultasse os contratos celebrados com a Alert Life, como está obrigada por lei.
  • O IGIF adquiriu as licenças do Alert P1 na sequência de um procedimento por ajuste directo (no âmbito do contrato público de aprovisionamento nº 911911 da Direcção-Geral do Património).
  • Quer na exposição, quer nas cópias dos documentos que recebemos, não há qualquer dado que ajude a perceber, por exemplo, como decorreu o processo de desenvolvimento do software no terreno, na óptica da ACSS.
  • O Médico de Família perguntou, expressamente, se a intercomunicabilidade entre o Alert P1 e os sistemas de informação clínica já instalados nos centros de saúde se revelara positiva e se, na análise da ACSS, a empresa que desenvolveu esta aplicação revelou abertura para integrar o seu produto na arquitectura de informação já existente.
  • Até hoje, o nosso jornal continua igualmente sem receber indicação de qualquer entidade na dependência do Ministério da Saúde sobre a utilização (ou não) de verbas do Programa Operacional Saúde XII para acções de formação directamente ligadas à aplicação informática Alert P1 e ao projecto Consulta a Tempo e Horas, tomando por base o seu Eixo Prioritário II (Melhorar o Acesso a Cuidados de Saúde de Qualidade), o qual contempla uma medida na área da formação de apoio a projectos de modernização da saúde.

Comentários nossos:

  1. Parabéns ao Jornal Médico de Família, por tentar esclarecer as muitas dúvidas associadas à aquisição do sistema informático Alert P1, por parte do Estado (IGIF? ACSS? Saúde XXI?).
  2. As dúvidas persistem, quanto ao processo de aquisição por ajuste directo, referente a um equipamento de valor tão elevado e com tão grande impacto no SNS.

Monday, April 07, 2008

Dieta

Fonte: aqui.

Os recursos humanos no SNS

A questão dos recursos humanos assume uma importância crescente, ainda que para nós sempre tenha sido uma questão central na saúde. Há muitos anos que se vai referindo que "há falta de médicos em Portugal". No entanto, pouco se fez para inverter essa escassez (apenas se abriram nos últimos anos as Faculdades de Medicina em Braga e na Covilhã, nas quais estão inscritos algumas dezenas de alunos).

Mas, como quase tudo em Portugal, os problemas e a inércia convivem durante muito tempo, até que se acorda finalmente para os problemas. Vejamos o panorama que aqui nos é relatado:
  • Entre 2006 e meados de 2007 , o Sindicato Independente dos Médicos estimava que, entre pedidos de licença sem vencimento (que podem durar até dez anos) e desvinculações da função pública, tenham sido cerca de 400 os médicos a abandonarem o SNS.
  • Haverá ainda a contabilizar a aposentação, em alguns casos antecipada, de 400 clínicos, só em 2006, sendo que destes uma parte desconhecida terá ido trabalhar para o sector privado.

Mas, quando as coisas estão mesmo mal, há sempre alguém que dispara em todas as direcções:

  • " a introdução do relógio de ponto que, só por si, foi responsável pela debandada de uma dezenas largas , mesmo centenas de médicos", afiançou (o Bastonário da Ordem dos Médicos).
  • a única maneira de travar o êxodo dos clínicos para o sector privado é através de "uma justa política de incentivos, que ainda não está suficientemente generalizada no universo hospitalar".

Pois é, quando "todos ralham, ninguém tem razão"!

Para nós, não há serviços de saúde sem médicos. Mas, também não há serviços de saúde sem enfermeiros, ou sem técnicos. Definitivamente, não haverá serviços de saúde, sem financiadores. O equilíbrio é difícil, mas é possível, e não será encontrado, sem se assumir uma abordagem dura e rigorosa de enfrentar os imensos "grupos de interesse" que pululam no sector da saúde.

Post Scriptum: a propósito, não compreendemos como é que o Estado tem falta de médicos e atribui licenças sem vencimento! Estranha forma de gerir recursos humanos.

Sunday, April 06, 2008

Gestão de recursos humanos ou bagunça?

Gerir pessoas não é fácil em nenhum sector. No sector da saúde também não, até porque coexistem múltiplos grupos profissionais, com graus diferenciados de especialização e múltiplos interesses em conflito.

As condições salariais são importantes, embora não sejam o único factor de coesão de uma gestão de recursos humanos equilibrada. Mas, se a remuneração é importante, assume uma relevância maior quando se pretende reduzi-la. Este caso pode vir a ser catastrófico, se não for cuidadosamente tratado:
  • A decisão, anunciada pelo Governo, de transferir o Hospital Amadora- -Sintra para o regime de gestão pública empresarial em 2009 está a gerar um clima de "intranquilidade" entre o pessoal quanto ao futuro da política de remunerações.
  • A inquietação deve-se ao facto de aquele hospital, gerido pelo Grupo Mello em regime de parceria público-privada, pagar em média salários- base 20% acima da tabela para os médicos e 15% para o pessoal de enfermagem, uma estratégia da administração para atriar na altura profissionais para a a gestão privada.
  • Adicionalmente, a administração instituiu um sistema de prémios por objectivos, que podem chegar a um valor equivalente a 50% do salário.

O que vai fazer o Ministério da Saúde e a ARSLVT? Fica a questão, ainda a tempo de ser bem resolvida. Vejamos, se o tempo não fará com que a instabilidade já latente, não venha a colocar funcionários fora do Hospital Amadora - Sintra.

Friday, April 04, 2008

Cluster da saúde

O tema da saúde é relevante e de importância crescente. Fala-se muito em saúde, pelas razões mais negativas. É tempo de olhar também para iniciativas de importância capital para um desenvolvimento do sector da saúde mais assente numa projecção futura do que em olhar para um passado e um presente de decadência.

Vejamos alguns detalhes sobre esta iniciativa louvável:
  • Portugal verá hoje constituído o seu primeiro pólo de competitividade e tecnologia. E será na saúde. O Health Cluster Portugal (HCP) conseguiu reunir, em meia dúzia de meses, a nata de toda a cadeia de valor do sector: são sete dezenas de instituições públicas e privadas, entre empresas, universidades, centros de investigação e hospitais, que querem fomentar o desenvolvimento de parcerias e projectos inovadores, nacional e internacionalmente, que acrescentem valor e aumentem as exportações nesta área.
  • Luís Portela, da farmacêutica Bial, será o presidente da associação HCP, que, para além de vários laboratórios e produtores de dispositivos médicos, conta entre os seus associados com outros pesos pesados, como a Fundação Champalimaud e o Instituto Ibérico de Nanotecnologias, na investigação, ou o grupo José de Mello Saúde e os Hospitais Privados de Portugal, na área da prestação de cuidados.

Exemplos de alguns dos participantes do HCP:

  • CNC - Centro de Neurociências e Biologia Celular
  • Fundação Champalimaud
  • IBMC - Instituto de Biologia Molecular e Celular
  • IMM - Instituto de Medicina Molecular
  • Instituto Gulbenkian de Ciência
  • IPATIMUP - Instituto Patologia e Imunologia Molecular da UP
  • Universidade Católica
  • Universidade de Coimbra
  • Universidade de Lisboa
  • Universidade do Minho
  • Universidade do Porto
  • Biocant - Centro de Inovação em Biotecnologia
  • Bial - Portela & CA, SA
  • GlaxoSmithKline
  • Jansen-Cilag Farmacêutica, SA
  • Laboratórios Pfizer, Lda
  • Wyeth Lederle Portugal (Farma), Lda
  • Espirito Santo Saúde, SGPS, SA
  • Hospitais da Universidade de Coimbra
  • Hospital de Vila Nova de Gaia
  • HPP - Hospitais Privados de Portugal, SGPS, AS
  • Instituto Português de Oncologia - Porto
  • José de Mello Saúde, SGPS, SA

Thursday, April 03, 2008

Emagrecimento antes das férias

A obesidade é tida nas sociedades ocidentais como uma das doenças de maior gravidade da actualidade. A anorexia também é procupante. Mas, a busca incessante do ideal, também não deixa de ser aflitiva.

Tudo isto a propósito do "caso Depuralina" e da bolha de informação subsequente. Vejamos alguns dados que dão que pensar:
  • Em apenas três meses, foram vendidas 165 mil embalagens de Depuralina, o suplemento alimentar publicitado como coadjuvante de emagrecimento e retirado do mercado depois de reportados três "episódios tóxicos graves".
  • Neste negócio milionário - os portugueses compraram 850 mil unidades de produtos de emagrecimento num ano -, importa saber até que ponto estes produtos são eficazes e seguros.

Mas, como a Depuralina e os outros dietéticos são tratados como um suplemento alimentar (seja lá o que isso fôr), o processo de comercialização é muito mais facilitado do que se fosse um medicamento: Para se introduzir no mercado português um suplemento alimentar - seja para emagrecer ou para qualquer outra aplicação - basta comunicar essa intenção ao Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP), do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. Não é necessário uma autorização nem estudos clínicos que comprovem a eficácia porque, em rigor, não é um medicamento.

Mais uma vez o dizemos, não somos especialistas em produtos de saúde, apenas nos colocamos na pele do consumidor/ doente/ cliente, e ficamos preocupados, atendendo a que é colocado no mercado algo que promete várias coisas, sem contudo possuir qualquer garantia mínima de eficácia!

Preocupante!

Wednesday, April 02, 2008

Tempo é dinheiro

Sempre ouvimos dizer que "tempo é dinheiro". Isto é, não poderemos desperdiçar muito tempo ou tempo a mais, em determinadas actividades, sob pena de estarmos a desperdiçar recursos. No Ministério da Saúde há muitos recursos e também muito desperdício.

Vejamos mais este caso de desperdício: O presidente da Câmara de Lisboa afirma ter a garantia de que o centro de saúde dos Lóios, em Marvila, vai abrir portas no final do próximo mês, cinco anos depois das obras terem sido concluídas.

Naturalmente que a culpa de tal laxismo não é do Presidente da Câmara de Lisboa (do actual ou dos anteriores), nem da Ministra da Saúde (da actual ou dos anteriores), nem do Presidente da ARSLVT (do actual ou dos anteriores). A culpa é de todos eles, pela imensa morosidade que levou a construir um Centro de Saúde: A construção deste centro de saúde começou em 2000 e ficou concluída dois anos depois, mas até hoje não houve dinheiro para realizar as obras interiores nem para adquirir o material necessário para que o centro de saúde possa funcionar.

É triste que estes casos aconteçam e não se aprenda nada com eles. Isto é, como é que se poderia evitar que novos casos como este voltem a acontecer.

Tuesday, April 01, 2008

Depuralina: medicamento ou suplemento?

Fonte: aqui.

Hospital de Vila Franca de Xira

Uma eficiente gestão de recursos humanos é vital, para que se mantenham organizações eficazes e que propicie simultaneamente satisfação aos clientes. Já aqui falámos dos controlos biométricos no SNS, que tentam controlar de forma eficaz as presenças das pessoas nos Serviços. Só que, nem sempre se obtem maior produtividade "só por se estar presente nos Serviços".

Vejamos duas situações que se verificaram no Hospital Reynaldo dos Santos (Vila Franca de Xira):

Será que o pessoal do Hospital Reynaldo dos Santos está a reagir negativamente ao "controlo biométrico"?