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Monday, February 22, 2010

Sunday, January 10, 2010

Sociedades decadentes

Quando se discutem estes assuntos, desta forma, só temos que ficar muito preocupados, pois estamos inseridos numa sociedade decadente:
  • Os efeitos secundários da Ritalina são muitos, desde insónias, náuseas, taquicardia, dores de cabeça à perda de apetite, que pode potenciar atrasos no desenvolvimento da criança. No entanto, segundo o pediatra Miguel Palha, estas situações passam normalmente depois de meio ano.
  • Já Libério Ribeiro aconselha à descontinuidade na toma deste psicofármaco: "No fim-de-semana e nas férias escolares deve fazer-se a suspensão do medicamento para que não se verifique um atraso no crescimento".
  • Armando Fernandes, do Centro de Desenvolvimento Infantil de Telheiras, faz uma vigilância apertada: "Meço a altura, peso e faço auscultação cardíaca com frequência e peço um electrocardiograma e análises de ano a ano." O médico garante que não há o risco de dependência.

E para que serve a tal de "ritalina"? Para isto: Metilfenidato (nome comercial Ritalina) é uma substância química utilizada como fármaco, estimulante leve do sistema nervoso central com mecanismo de ação ainda não bem elucidado, estruturalmente relacionado com as anfetaminas.[1] É usada para tratamento medicamentoso dos casos de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), narcolepsia e hipersônia idiopática do sistema nervoso central (SNC).

Thursday, November 05, 2009

A dependência da droga

Tal como o alcool, o tabaco ou o jogo, a droga causa vício. Por variadas razões, o consumo de droga é crescente e intemporal. Associado à droga está também muito crime económico, nomeadamente relacionado com braqueamento de capitais.

Há quem advogue a liberalização do consumo de drogas, tendo como objectivo eliminar os incentivos económicos associados ao tráfico ilegal de droga. Qualquer coisa que assenta no exemplo da Lei Seca, nos idos de 1920 e 1930, nos EUA.

Vai-se lendo em alguma imprensa internacional, que Portugal é um bom caso, no que toca ao tratamento da questão da redução dos impactos do consumo de droga, porque há alguns anos saiu uma legislação que liberalizou parcialmente o consumo de algumas drogas chamadas "leves"!

Há sempre a leitura do "copo vazio" e do "copo cheio", relativamente às estatísticas que resultam de alguma análise de dados. Vejamos o que se tem passado em Portugal, segundo o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência:

1. Portugal continua entre os países da União Europeia que lideram a tabela quanto a consumidores de droga infectados com HIV, embora se tenha verifica um ligeiro decréscimo dos casos.
2. Em 2007, Portugal registou 670 casos novos de HIV sida entre os consumidores de droga injectada. Apesar deste número ter diminuído ligeiramente em relação a 2006, não foi o suficiente para Portugal deixar de ser um dos piores países da União Europeia.
3. Portugal está, juntamente com Espanha, Itália e França, entre os países com maior taxa de mortalidade entre os consumidores que se injectam.
4. Portugal é ainda apontado como uma das portas de entrada da cocaína da Europa, embora a Espanha continue a ser o país que mais intercepta esta droga.
5. "Os padrões de policonsumo de drogas são a norma e o consumo combinado de diversas substâncias é responsável pela maioria dos problemas ou complica-as", conclui o OEDT no relatório.
6. Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência considera que o modelo legal português de descriminalização do consumo de drogas não contribuiu para o aumento do consumo.
7. "Este programa está a funcionar há oito anos e os receios iniciais de que essa abordagem suscitasse um aumento do turismo da droga ou aumentasse os níveis de consumo não parecem ser confirmados pelos dados disponíveis", afirma o Observatório.

Apesar de gostarmos de uma forma liberal de vida, não somos daqueles que advogam que se deve encontrar um "pacotinho" no supermercado mais próximo! A ser assim, o Estado até cobrava mais IVA.

Nem nos revemos nos que afirmam que sociedade ancestrais, como a dos Incas, eram inteligentes e organizadas, e faziam do consumo da folha da coca um hábito.

Friday, October 16, 2009

A cotação elevada da depressão

Globalização. Flexibilidade. Mudança. Geradores de ansiedade. Geradores de depressão.

Juntam-se: indústria farmacêutica perita em marketing agressivo, médicos prescritores ambiciosos e sobre pressão, e doentes cada vez mais exigentes.

Estamos perante a maior doença do século XXI: a doença mental.

Vejamos as consequências: O consumo de psicofármacos subiu 36,6 por cento em cinco anos e só em 2008 foram vendidos quase 28 milhões de embalagens, que custaram mais de 372 milhões de euros, segundo dados do Infarmed.

Isto é aterrador: em média, cada mil habitantes consumiram diariamente 152,1 medicamentos ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos, enquanto em 2002 esse consumo era de 115,6 medicamentos, bem longe do melhor valor da União Europeia em 2006 (42,3).

Portugal está em estado comatoso.

Post Scriptum: para a Ministra da Gripe A, esta é uma realidade irrelevante!

Wednesday, April 01, 2009

Crisis? What crisis?

Há uns meses, ouvíamos o Primeiro-Ministro a falar na "crise dos outros", quando já existiam sinais evidentes de degradação das condições económicas. Depois, o tsunami começou, pouco a pouco, a inundar tudo. E agora, já se lê isto, sem grande espanto: Mais de 200 mil doentes portugueses abdicam de comprar medicamentos devido à falta de dinheiro. São doentes geralmente idosos e a quem o Estado não consegue garantir a cobertura plena das necessidades em termos de medicação.

Será que os medicamentos passaram a ser superfluos? Será que os portugueses deixaram de ser hipocondríacos? Será que estes são ainda, e só, os primeiros sinais de uma pequena inundação?

A economia tem ciclos. Uns, de crescimento. Outros, de contração. Naturalmente, que a presente contração é mais profunda, pois assenta numa colossal falta de valores da sociedade moderna, que não reconhece o mérito, que opta pelo nepotismo e pelo "amiguismo". Enquanto a sociedade mantiver estes paradigmas, a recessão transformar-se-á em depressão. E aí, a redução de despesas não se restringirá aos medicamentos. Com toda a certeza.

A satisfação na saúde

Os países da OCDE ainda são os mais ricos do mundo. São também estes países, que possuem os melhores sistemas de saúde do mundo, apesar da sua diversidade de modelos.

A agência Gallup é muito prestigiada em sondagens e estudos de mercado. Fez recentemente um estudo, em que se avalia a satisfação e a insatisfação dos cidadãos dos países da OCDE, com os respectivos serviços de saúde.

Os resultados são os seguintes:
  • Irlanda: 90% de satisfeitos, 9% de insatisfeitos.
  • Suíça: 89% de satisfeitos, 10% de insatisfeitos.
  • Bélgica: 88% de satisfeitos, 11% de insatisfeitos.
  • Luxemburgo: 87% de satisfeitos, 12% de insatisfeitos.
  • Itália: 86% de satisfeitos, 13% de insatisfeitos.
  • México: 86% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Nova Zelândia: 85% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Espanha: 85% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Holanda: 85% de satisfeitos, 14% de insatisfeitos.
  • Reino Unido: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Áustria: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Canadá: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • França: 85% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Grécia: 84% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Finlândia: 84% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Dinamarca: 84% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Islândia: 84% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Estados Unidos: 83% de satisfeitos, 16% de insatisfeitos.
  • Noruega: 82% de satisfeitos, 15% de insatisfeitos.
  • Austrália: 82% de satisfeitos, 17% de insatisfeitos.
  • Alemanha: 82% de satisfeitos, 18% de insatisfeitos.
  • Suécia: 80% de satisfeitos, 18% de insatisfeitos.
  • Portugal: 80% de satisfeitos, 20% de insatisfeitos.
  • República Checa: 77% de satisfeitos, 20% de insatisfeitos.
  • Turquia: 76% de satisfeitos, 23% de insatisfeitos.
  • Polónia: 76% de satisfeitos, 22% de insatisfeitos.
  • Hungria: 72% de satisfeitos, 27% de insatisfeitos.
  • Eslováquia: 72% de satisfeitos, 27% de insatisfeitos.
  • Japão: 68% de satisfeitos, 26% de insatisfeitos.
  • Coreia do Sul: 67% de satisfeitos, 31% de insatisfeitos.

Rankings são rankings. Sondagens, valem o que valem. Estudos de mercado têm alguma validade. No entanto, por cá, gosta muito de se dizer que o serviço de saúde em Portugal é um dos melhores do mundo. Bem, estar em 23º lugar do mundo, em termos de satisfação, não é mau!

Wednesday, November 26, 2008

Foi Você que pediu uma linha de saúde 24 horas?

Fonte: aqui.

O caldo transborda por todos os lados. Depois disto:
  • A Ordem dos Farmacêuticos (OF) desaconselhou hoje o recurso à Linha Saúde 24 porque não reconhece a validade das informações prestadas pelo serviço em matéria de medicamentos.

Só mesmo esta boa "caça às bruxas":

  • Há três semanas que uma carta negando a existência de problemas da Linha de Saúde 24 foi posta a circular junto dos funcionários para que estes se demarcassem das notícias sobre o "caos organizativo" do atendimento e assegurassem que "as condições de trabalho e as relações interpessoais se passam dentro da maior cordialidade e profissionalismo".
  • Alguns profissionais ouvidos pelo CM queixam-se de terem sido objecto de "pressão psicológica" para subscrever o texto divulgado na segunda-feira, depois de a Ordem dos Farmacêuticos desaconselhar a linha.

Os tiques autoritários quase sempre existiram na sociedade portuguesa. E não sairam ainda. Provavelmente, nem nunca sairão. Parece que não, mas a limitação ao livre pensamento é um dos maiores travões ao desenvolvimento económico e social de Portugal.

Wednesday, October 22, 2008

Mão biónica

Fonte: aqui.

A primeira mão biónica colocada num português já serviu ontem para pegar num copo de água, perante a "surpresa" e "mistura de sentimentos" descritos por João Carlos Pereira, de 32 anos, após uma intervenção que levou cerca de cinco horas, realizada no Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG).

Tuesday, September 30, 2008

O tratamento dos diabéticos em Portugal é mau

Não somos nós que o afirmamos. É o Health Consumer Powerhouse, instituição europeia dedicada ao estudo da saúde dos europeus.

Ora vejamos um resumo da situação que aqui se ilustra:
  • A Dinamarca é o país europeu que melhor trata os diabéticos, logo seguida da Grã-Bretanha e da França.
  • Portugal ficou classificado em 27º lugar em 29 países europeus.
  • Este tipo de relatório é o "algodão" que serve para verificar qual o nível de prestação de serviços de saúde em Portugal.
  • Quanto às sub-categorias de avaliação do estudo, Portugal é o último quanto ao "acesso aos procedimentos", em conjunto com a Bulgária, Eslováquia e Roménia.
  • Quanto à "informação disponível e ao direito de escolha dos doentes", Portugal é também o último classificado em conjunto com a Polónia e com Chipre.
  • Apenas no que toca à "generosidade", Portugal tem uma classificação intermédia.

Será que o Ministério da Saúde dá alguma importância a este tipo de relatório europeu, ou vai continuar apenas a pensar num relatório da OMS que classificou o SNS em 12º lugar, há mais de uma década?

Friday, August 08, 2008

João Lobo Antunes: uma visão clara

É sempre com agrado que lemos idéias de pessoas inteligentes e sensatas. O Professor João Lobo Antunes dá uma entrevista aqui, na qual deixa um conjunto de estados de alma preocupantes, vejamos:
  • Há uma crise gravíssima de valores e uma crise daquilo que é o cimento de uma sociedade contemporânea: a confiança. Nós precisamos de ter confiança que o contador de electricidade conta como deve ser, que as pessoas não estão a fazer batota num jogo de futebol, que os concursos públicos são limpos, que não há interesses ocultos. Estamos numa sociedade com um nível de complexidade tal que temos de confiar nas pessoas e nas instituições públicas e privadas. Quando há uma crise de confiança, por exemplo na justiça, as pessoas vivem desconfortáveis.
  • o pessimismo é uma profecia que se cumpre. Isto acontece a vários níveis. Em medicina, quando dizemos que o prognóstico é irremediável, toda a gente desiste – incluindo o próprio médico. Mas o conhecimento, ao contrário do que se possa pensar, veio trazer muito mais incerteza.
  • É óbvio que há claras injustiças. Quem pode pagar deveria contribuir. A questão fundamental é tentar garantir a acessibilidade com equidade. Que a pessoa não fique ali eternamente à espera das consultas ou de tratamentos de que precisa. Obviamente que isto é um desiderato que tem um claríssimo fundamento moral – que não é de esquerda nem de direita.
  • Há um problema geográfico, em relação aos locais para onde os médicos devem ir. É preciso médicos no interior. E há um problema na escolha das especialidades: os jovens médicos querem especialidades mais tecnológicas, com maior prestígio social, embora não haja nada mais nobre do que a figura do médico de família.

Muitas incertezas e com elas, muita insatisfação e falta de confiança. Melhores dias virão, assim o esperamos.

Monday, June 30, 2008

Não há impostos que cheguem!

O governo actual e os anteriores declararam guerra aos contribuintes. Aos bons e aos maus. Têm sido perseguidos os "bons" contribuintes, que habitualmente cumprem os seus deveres e os "maus" contribuintes, que só pagam com a ameaça da penhora ou da cadeia.

Qual é o argumento do Estado, para esta atitude persecutória? Apenas e só uma palavra: "o déficit"!

Nós somos dos que achamos que os impostos que os portugueses, bons e maus pagadores, pagam, chegavam para que o Estado fosse útil à sociedade. Começamos a ter dúvidas quanto à utilidade do Estado em muitos sectores de actividade.

E porquê que achamos que o Estado já recebe o suficiente? Vejamos esta notícia:
  • a indústria não suspende fornecimentos, não cobra juros, não faz muito barulho e, acima de tudo, está sempre interessada em vender os seus novos produtos. A dívida acumulava-se, mas depois havia sempre um Orçamento rectificativo, e os administradores hospitalares e os directores das multinacionais andavam felizes e tranquilos durante uns tempos. O problema é que só aparentemente a indústria é o fornecedor ideal: como têm a certeza de que não vão receber a tempo e horas, os laboratórios sobem os preços à partida.
  • Miguel Gouveia diz que as diferenças de preço podem chegar aos 28% e Pedro Pita Barros diz que os hospitais estão a pagar mais 33 milhões em juros por causa dos atrasos. O problema não é só dos hospitais. Afinal, a factura chega a todos nós sempre que os hospitais compram medicamentos mais caros, porque não pagam a tempo e horas.

Coitados dos portugueses, que continuam a ser mal "geridos"! Ou como referiu um antigo Primeiro Ministro, "é a vida"!

Saturday, June 28, 2008

Portugal provisório

Antes do 25 de Abril de 1974, existiam duas marcas de cigarro: os "definitivos" e os "provisórios". Longe de nós, fazermos publicidade a tabaco. Aliás, estas marcas já não existem há muito tempo e nós nunca fumamos.

Onde queremos chegar? A um Portugal eternamente adiado e provisório:
  • A Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro espera há sete anos por novas instalações, já que as actuais são provisórias e inadequadas, lembrou o director Nelson Rocha na cerimónia de compromisso de 140 graduados.
  • O sucessivo adiamento da construção de um edifício para a instalação da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) tem provocado uma "gestão atribulada de espaços inexistentes ou inadequados", lembrou Nelson Rocha.

O que é engraçado, ou talvez não, é que ninguém assume responsabilidade pelos adiamentos sucessivos:

  • A decisão de construir um edifício de raiz para instalar a ESSUA foi tomada há sete anos, mas "razões externas à Universidade " têm protelado o arranque de obras no pólo universitário do Crasso.

Mas, para variar, a esperança nesta terra não falta: O responsável pela ESSUA referiu ao JN que está confiante que a construção das novas instalações da ESSUA venha a ser contemplada com verbas do próximo quadro comunitário de apoio.

Até quando, a União Europeia continuará a ser o mecenas de um Portugal provisório e constantemente adiado?

Thursday, June 26, 2008

Cirrose: uma doença devastadora

Isto deixa-nos aterrorizados:
  • Portugal registou, entre 1991 e 2001, mais de 27 mil mortes causadas por cirroses hepáticas, dois terços das quais associadas ao consumo de álcool. Na Suécia, cuja população é equivalente à portuguesa, a mesma patologia causou só 2717 óbitos.
  • A comparação foi feita pelo médico Tato Marinho, no Fórum Nacional sobre o Álcool, realizado ontem em Coimbra. O patologista, que dissertava sobre os "Efeitos nocivos do álcool na população", alertava para o facto de Portugal ter uma das maiores prevalências de cirrose do mundo.

Ou os portugueses têm hábitos muito maus, ou a prevenção e educação na saúde, no tocante ao álcool, são muito más. Ou as duas coisas!

Tuesday, June 24, 2008

Wednesday, May 21, 2008

Sida/ Aids

Fonte: aqui.

Por cá, parece que a luta contra o déficit é mais importante do que a luta contra a Sida/Aids: O cinto aperta por todo o lado e agora também no apoio a doentes com SIDA. O Ministério da Saúde vai deixar de financiar a prestação de serviços a pessoas com esta doença, já a partir de 2010. A ideia é fazer com que as instituições que promovem esta assistência conquistem novas formas de financiamento e por isso a coordenação nacional para a sida vai deixar em breve de receber candidaturas.

Thursday, April 10, 2008

Fundação Champalimaud: Centro de Investigação

Fonte: aqui.

The Champalimaud Research Centre will be a multidisciplinary centre for translational research of excellence, with the best possible conditions to attract and retain the best researchers, academics and medical doctors from Portugal and abroad in the fields of neurosciences and oncology. The Champalimaud Research Centre will include laboratories for basic and clinical research, an ambulatory care centre, a vivarium, an auditorium, conference rooms and other teaching facilities and also an exhibition area.

O Centro de Investigação Champalimaud, materializa o objectivo da Fundação Champalimaud de construir um centro de investigação científica multidisciplinar translacional de referência no campo da biomedicina, que garanta as condições ideais para que investigadores e académicos nacionais e estrangeiros desenvolvam projectos de excelência com aplicação clínica (prevenção, diagnóstico e tratamento), nas áreas das neurociências e da oncologia. O Centro disporá das melhores condições e das mais modernas tecnologias para investigação biomédica, bem como das infra-estruturas necessárias ao ensino pós-graduado e a programas de mestrado e de doutoramento no campo da biomedicina.

Thursday, April 03, 2008

Emagrecimento antes das férias

A obesidade é tida nas sociedades ocidentais como uma das doenças de maior gravidade da actualidade. A anorexia também é procupante. Mas, a busca incessante do ideal, também não deixa de ser aflitiva.

Tudo isto a propósito do "caso Depuralina" e da bolha de informação subsequente. Vejamos alguns dados que dão que pensar:
  • Em apenas três meses, foram vendidas 165 mil embalagens de Depuralina, o suplemento alimentar publicitado como coadjuvante de emagrecimento e retirado do mercado depois de reportados três "episódios tóxicos graves".
  • Neste negócio milionário - os portugueses compraram 850 mil unidades de produtos de emagrecimento num ano -, importa saber até que ponto estes produtos são eficazes e seguros.

Mas, como a Depuralina e os outros dietéticos são tratados como um suplemento alimentar (seja lá o que isso fôr), o processo de comercialização é muito mais facilitado do que se fosse um medicamento: Para se introduzir no mercado português um suplemento alimentar - seja para emagrecer ou para qualquer outra aplicação - basta comunicar essa intenção ao Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP), do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. Não é necessário uma autorização nem estudos clínicos que comprovem a eficácia porque, em rigor, não é um medicamento.

Mais uma vez o dizemos, não somos especialistas em produtos de saúde, apenas nos colocamos na pele do consumidor/ doente/ cliente, e ficamos preocupados, atendendo a que é colocado no mercado algo que promete várias coisas, sem contudo possuir qualquer garantia mínima de eficácia!

Preocupante!

Thursday, March 27, 2008

A encruzilhada

Por aqui, defendemos os doentes, que são na maior parte das situações, as vítimas de um sistema de saúde que é alvo de muitos interesses: laboratórios farmacêuticos, corporações de médicos e enfermeiros, associações de retalho farmacêutico e outros.

Revemo-nos na frase da Professora Regina Herzlinger: os pacientes estão fartos de serem pacientes!

Mas, há doentes que gostam de ser tratados como pacientes. Vejamos este caso anormal:
  • Nos últimos três anos, quase 33 mil doentes recusaram ser operados fora do seu hospital de origem, rejeitando a utilização dos chamados vales-cirurgia em hospitais privados ou do sector social.
  • Em causa estão três grandes motivos, um dos quais "o facto de os doentes gostarem dos seus médicos", afirma Pedro Gomes, coordenador do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC). Os doentes com situações menos críticas são os que optam por se manter nas listas de espera.
  • Entre 1 de Dezembro de 2004 e 31 de Dezembro de 2007 foram emitidos 157 mil documentos em nome de doentes em lista para cirurgia. Destes, apenas 28% culminaram numa cirurgia e 21% não foram utilizados por iniciativa dos doentes. Esta percentagem ainda elevada de recusas deu origem a um inquérito por parte do SIGIC, que já foi entregue ao Ministério da Saúde.

Perante isto, ficamos siderados. As pessoas preferem ficar em lista de espera, do que serem operadas num outro hospital? Então, é porque a doença não é grave.

Com doentes destes, é fundamental que o SNS os trate como pacientes e os retire das listas de espera!

Parabéns ao SIGIC e ao Dr. Pedro Gomes, pela iniciativa de analisar esta irracionalidade.

Wednesday, March 26, 2008

Mais uma Comissão da Saúde

Não sabemos se em todos os Ministérios há tantas Comissões como no Ministério da Saúde. desde que exista um assunto, de maior ou menor importância, no Ministério da Saúde cria-se mais uma Comissão.

Vejamos para que foi criada a Comissão Técnica para o Desenvolvimento da Oferta em Oftalmologia, dirigida pelo Dr. Florindo Esperancinho:
  • O grupo de peritos foi encarregado de fotografar e traçar soluções para o panorama da especialidade ainda sob a tutela de Correia de Campos.
  • A 31 de Dezembro de 2007, 116 mil portugueses esperavam por uma primeira consulta, quando em 2006, o número de inscritos em lista era mais reduzido (98 mil), segundo dados da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS).

Vejamos o que propõe a tal Comissão para resolver os problemas que existem:

  • A comissão elaborou um plano aplicável aos diversos cenário no País, que, nuns casos se caracterizam pela ausência de recursos humanos ou equipas, mas também podem passar pela falta de meios técnicos ou simples organização do serviço.
  • Os incentivos integram um dos modelos: "Terão de se adequar a uma determinada métrica de produção. O hospital irá negociar os incentivos em função disso com uma equipa autónoma. Depois são os profissionais que se organizam e decidem a forma de o cumprir gerindo recursos e desperdícios".
  • Em localidades mais diversificadas e com menos médicos - é o caso do Algarve, em que existe um oftalmologista em Faro e quatro ou cinco em Portimão - a solução pode passar pela prestação de serviços. Cria-se uma equipa multidisciplinar para prestar um serviço e toda a "gestão, recursos técnicos e investimento ficam por conta do hospital".
  • Por último, a comissão propõe uma solução semelhante à anunciada recentemente no Hospital de Santa Maria, que terá numa unidade própria, um centro autónomo de oftalmologia. "Os profissionais negoceiam um modelo autónomo e negoceiam o número de consultas, cirurgias e exames que vão fazer com administração. O serviço gere isso e terá um orçamento atribuído pela administração do hospital. Hoje está tudo centralizado na administração. O objectivo é descentralizar essas decisões para uma unidade independente".

Sinceramente, criam-se Comissões para propôr soluções, mas depois são os burocratas do Ministério que tentam implementar as mesmas. Que confusão. Que falta de enfoque estratégico.

Depois, há uma Comissão que faz um conjunto de propostas, que para além de não as implementar, nunca virá a ser avaliada pela valia das suas propostas.

Assim, é o que se chama, "deitar dinheiro à rua"! Pelo menos, o dinheiro do contribuinte.

Post Scriptum: convenhamos que a culpa não é das referidas Comissões, mas antes de quem as cria.

Tuesday, March 25, 2008

Verdades na saúde que doem

A saúde é talvez o sector mais complexo na generalidade dos países. Apenas por uma razão: existe uma sensibilidade crescente de que a qualidade de vida só pode aumentar (isto é, ninguém aceita sofrer, ninguém aceita morrer jovem, ninguém aceita a inferioridade física ou mental). Este problema existe nas sociedades mais avançadas, quer sejam do Norte e Centro da Europa, América do Norte ou Japão. E que fazer, perante tal ambição? Difícil tarefa, sobretudo em países com falta de recursos e problemas de organização, como é o caso de Portugal.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, representa a corporação profissional mais poderosa do país e, normalmente, não tem "falinhas mansas".

Vejamos algumas afirmações recentes do Dr. Pedro Nunes:
  • O bastonário da Ordem dos Médicos traça um panorama negro do serviço de saúde, onde identifica uma «total desarticulação» num sistema que «não tem outro remédio» senão pagar a determinados médicos especialistas o que estes exigem.
  • Pedro Nunes atribui a desarticulação do sistema a políticas que começaram quando António Correia de Campos foi ministro da Saúde durante o governo de António Guterres.
  • «A evolução foi sempre no sentido de criarmos o dito mercado: hospitais transformados em empresas, contratos individuais de trabalho», disse.
  • «Quem chega a uma urgência encontra médicos a ganhar 10 euros à hora, outros 18 e outros 100», o que «cria um enorme desconforto», pois «uma coisa é uma pessoa ganhar mais porque faz mais horas e outra é um médico com 30 anos de carreira ganhar pouco mais de 1.200 euros por mês e ao lado haver outro que ganha 60 mil», disse.
  • A responsabilidade recai sobre «alguém que se lembrou de retirar o défice dos hospitais do défice público, por causa dos célebres três por cento de Bruxelas, pegou nos hospitais e disse que deixavam de ser públicos e passavam a ser privados».
  • Culpas que não se ficam por aqui. «Se tivessem feito isto apenas nos hospitais, mas depois resolveram inventar a roda e encher os hospitais de gestores e administradores».
  • «Defendo uma remuneração básica justa e depois um suplemento para quem trabalhe mais, mas que não seja uma diferença tão grande que crie estes abismos que hoje estão a ser criados e que vão destruir o sistema», avisa.

Pois bem, Dr. Pedro Nunes, pelo menos não tem uma abordagem enfraquecida ou balofa, sobre um problema grave. Mas, Dr. Pedro Nunes, não me parece que a classe a que pertence se sinta bem num "formato tendencialmente igualitário". Isto é, na medicina há profissionais que são melhores e por isso têm que ser diferenciados.

Mas concedemos, que há um problema que se chama equidade. Até os Médicos, já se começam a preocupar com a equidade.

Nós diríamos que há um outro problema ainda mais grave na sociedade portuguesa, que é a falta de acesso às oportunidades. Os americanos chamam-lhe "dream". Nós portugueses costumamos dizer que "o Sol quando nasce é para todos". Aqui sim, Dr. Pedro Nunes, em Portugal o mérito não é reconhecido. Antes é reconhecida, a subserviência, a aquiescência e incentivada, por isso, a mediocridade.

Post Scriptum: não sabemos se há gestores a mais ou a menos nos hospitais portugueses; antes sabemos que há gestão de recursos a menos, com toda a certeza.