Monday, September 22, 2014

Thursday, July 17, 2014

Tempos de fechar a loja

Foi uma moda de há uma década: todos os grandes grupos económicos portugueses acharam que estava na hora de entrar no negócio da saúde.

Como as modas passam, agora, quase todos os grupos económicos querem aderir a novas modas, e desta vez querem fechar a loja rapidamente, antes que as perdas sejam maiores.

A vetusta Caixa, CGD, faz parte dos modismos nacionaisA venda da HPP - Hospitais Privados de Saúde, a holding da Caixa Geral de Depósitos para o sector da Saúde, aos brasileiros da Amil por 85,6 milhões de euros foi feita à pressa e por cerca de metade do seu valor.

O problema é que a Caixa é do Estado. Logo a Caixa é propriedade dos portugueses, em particular dos seus contribuintes, e isto é um crime de lesa-contribuinte: "Até Dezembro de 2012, a não obtenção das rendibilidade esperadas e a ocorrência de prejuízos e de desequilíbrios estruturais conduziram a sociedade gestora [do hospital] a uma situação de falência técnica e de redução de valor".

O problema ainda maior é de que a nação também está falida. Mas, porque será que a falência veio e não se vislumbra que se vá?

Tuesday, June 24, 2014

O que dirá a corporação?

Mais do que o interesse do público em geral, interessam mais as opiniões de grupos de interesse, vulgo lobbies, ou das chamadas corporações. Há uma Ordem que manda mais do que muitas outras. Está sempre atenta. Está sempre actuante. Não perde uma oportunidade para colocar em marcha os interesses da classe.

Não sabemos o que dirá a Ordem sobre istoA Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) enviou para o Ministério Público, para investigação de eventuais ilícitos criminais, os casos de médicos que detectados a trabalhar em vários hospitais, públicos e privados, à mesma hora. Um deles, filho do ex-director da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), criou em 2009 uma empresa de prestação de serviços com o então director da Cirurgia Plástica do Hospital de Santa Maria (Lisboa), que terá servido para celebrar contratos com a instituição dirigida pelo pai.

E sobre isto, o que dirá a tal de OrdemContactado pelo PÚBLICO, o ex-administrador da MAC, Jorge Branco, disse apenas que este caso ocorreu há já algum tempo e que seguiu “os trâmites normais”. Sem querer adiantar mais comentários, defendeu que o contrato entre a MAC e a Out Intervention foi feito como com outra empresa qualquer. “Não há nenhuma lei que proíba que [um pai] contrate uma empresa de um filho. Ele não pode ser beneficiado, mas também não deve ser prejudicado”, sustentou.

Para não dizer mais, que topete, Dr. Jorge Branco!

Thursday, June 12, 2014

Habituem-se!

Portugal viveu durante mais de duas décadas, com um enorme apoio da CEE/União Europeia. Após este período, verifica-se que a nação não tem capacidade para se auto-sustentar economicamente.

Dito de outra forma, a nação não gera recursos para suportar os direitos que a Constituição da República garante aos cidadãos. Ou seja, Portugal queria ser um país do 1º mundo, mas não gera recursos para tal.

Agora, algumas entidades já se vão apercebendo da descida de divisão: "Na prática, estamos a transformar o nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS). Isto só vai ter efeitos em termos de números da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das instituições internacionais daqui a dois ou três anos, quando ao olharem para os números de 2014 verificarem que os índices excelentes que tínhamos começam claramente a decrescer. Não podemos aceitar isso", afirmou Miguel Guimarães.

Se calhar, quem está incomodado, habituou-se ao fandango do "ora, agora, no público, ora, logo, no privado". Acabou. O Estado faliu e não consegue suportar tanto, como o fez no passado. A não ser que se crie mais riqueza, para que o Estado possa cobrar mais impostos.

De outro modo, isto é o habitual choro do crocodilo: Para o responsável," a saúde necessita de uma nova agenda que seja mobilizadora de uma política diferente. Uma política mais próxima das pessoas. Mais próxima dos doentes e dos profissionais de saúde. Em que a sustentabilidade seja uma etapa mas não a meta final. Em que seja preservado o que conseguimos fazer de bom e de bem. Em que o combate ao desperdício seja objectivo, transparente e sem 'compromissos' ou 'desperdícios' políticos. Em que a instabilidade não seja uma ameaça constante. Em que o doente ocupe o seu verdadeiro lugar no centro de todo o sistema, em que a medicina seja valorizada e respeitada".


Tuesday, May 20, 2014

A rolha

Nem a palavra vai ser disponível. O Estado, falido que está, não serve os cidadãos, antes se serve deles. Agora, até quer começar a condicionar a palavra dos seus funcionáriosHá um mal-estar generalizado entre a classe médica e o Ministério da Saúde devido ao Código de Ética que está a ser redigido pela tutela. O documento prevê que os profissionais guardem "sigilo absoluto" sobre toda a informação que possa afectar ou colocar em causa a imagem da instituição onde trabalham.

Logo os Senhores doutores que habituados estão a pertencerem à elite dirigente.

Habituem-se!

Sunday, May 11, 2014

Sem vergonha

Vivemos num mundo diversificado. Há quem ganhe muito na vida. Há quem passe a vida sem ganhar muito. Contudo, existem sempre aqueles que pensam que são predestinados, como estes: De negócio rico, as farmácias passaram, em poucos anos (menos de uma década), a negócio remediado. Se há alguns anos se falava em trespasses milionários, da ordem dos quatro a cinco milhões de euros, agora há farmácias à venda que ficam sem comprador e a situação financeira de muitas está, garante a ANF, periclitante. 

E então? As mercearias de bairro e muitos restaurantes foram durante décadas, bons negócios e deram suporte a negócios familiares relevantes, como é o caso da Jerónimo Martins (ter-se-á iniciado como mercearia). Hoje, as mercearias não representam sequer 25% do número das que existiam há 30 anos. Ninguém quer ser merceeiro, no século XXI.

Se formos falar do consultório médico, a situação é a mesma. Há 30 anos, era vulgar encontrarem-se consultórios médicos, onde vários médicos fizeram fortuna. Hoje, ter um consultório médico aberto é quase sinónimo de "moscas"! As clínicas e os "centros comerciais de saúde" absorvem tudo.

O que é caricato na choraminguice dos farmacêuticos é isto: A Farmácia Teixeira, na Baixa da Banheira, Moita, era um bom negócio. Tão bom que, há alguns anos, chegaram a oferecer-lhe três milhões de euros pelo alvará. Agora, Manuela acabou por fazer a transacção por 850 mil euros. “Não foi mal vendida”, admite, satisfeita porque a Teixeira passou para as mãos de uma jovem farmacêutica.

Esta Dra. Teixeira ainda não percebeu que está a gozar com a generalidade da actividade comercial portuguesa. Pois considerar que vender um alvará de farmácia por 850 mil euros é coisa pouca, pode até ser aviltante.

Num momento de falência da nação, associada à falência de muitas empresas e famílias, esta gentalha das farmácias parece gozar com o destino alheio, sobretudo quando beneficiam de um monopólio que lhes é atribuído por Lei, a venda de medicamentos com prescrição.



Sunday, May 04, 2014