Tuesday, December 11, 2007

A busca do impossível

Quem trabalha na saúde, sabe que o grau de exigência dos doentes é cada vez maior. Ninguém aceita ter dores. Ninguém aceita sofrer. Toda a gente quer ser bem servida.

Do outro lado, há inevitavelmente, a gestão do possível. Ou dito de outra forma, tem que se saber gerir recursos, sob pena de virmos a gastar quase tudo em saúde e não termos recursos para comer.

O equilibrio é o ideal, mas é difícil de atingir.

Toda a gente percebe, que o SNS tenta copiar, para o bem e para o mal, o NHS Britânico. Desde a sua criação. Veja-se onde já vai o NHS, para perceber quais serão as próximas medidas de Correia de Campos ou do seu sucessor.

A contenção do NHS vem agora da gestão da frota de ambulâncias. Sim, é verdade, vejamos aqui:
  • The government is putting lives at risk by encouraging the use of one-person ambulance cars to meet crude targets.
  • From next April, ambulance trusts must ensure that 75% of serious emergencies are reached by paramedics within eight minutes.
  • The target has forced trusts to increase the number of so-called "solo responders" at the expense of traditional ambulances crewed by two paramedics.

Vejamos o que diz este blogger, condutor de ambulâncias: Tom Reynolds, a London ambulance driver who blogs about his experiences, said of the new target: "I can turn up after eight minutes and save someone's life and the job will be counted as a failure. If I turn up before eight minutes and someone dies, it's a success."

É preciso ter bom senso, antes de se realizarem racionalizações. É evidente que a saúde não pode existir a todo o custo, até porque todos acabaremos por morrer, mais cedo ou mais tarde. Mas, precisa-se de bom senso!